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Cinco empresas disputam seguro de megaeventos

Fonte: Valor Econômico
Por Celia Demarchi | Para o Valor, de São Paulo


Márcio Guerrero, da HDI Global: seguradora da Fórmula 1 em São Paulo e, neste ano, do show de Paul McCartney

Bem antes de Pete Townshend e Axl Rose pisarem no palco mundo, um dos quatro da edição de 2017 do Rock in Rio, a Cidade do Rock havia sido minuciosamente "varrida" por especialistas do setor de seguros, cuja atuação começa na avaliação dos riscos.

Produtores de megaeventos como esse, que envolvem investimentos vultosos, jamais pensariam em dispensar a contratação de uma seguradora. No caso do Rock in Rio deste ano, especialmente. Cerca de 700 mil pessoas circularam pela Cidade do Rock, durante a maratona de sete dias de apresentações. Elas pagaram de R$ 227,50 a R$ 455,00 por dia de festival, que ao todo exibiu 28 atrações, nacionais e internacionais, em palcos monumentais paramentados com uma parafernália tecnológica de grande precisão e instrumentos musicais preciosos. O público ainda embarcou em brinquedos como tirolesa, montanha russa e roda gigante.

Todo o evento, sua estrutura, espectadores, artistas, trabalhadores dos vários serviços que funcionaram no festival e bem antes de seu início, durante as montagens, estavam de algum modo segurados, fosse na modalidade de cobertura de responsabilidade civil, para o caso de acidentes, inclusive climáticos, fosse de danos materiais, fosse relativa a cancelamentos de shows, aliás a modalidade mais em voga em eventos desse tipo - acionada neste Rock in Rio apenas em um caso, o da artista Lady Gaga, que faltou por motivo de doença.


A cobertura da Chubb, a seguradora do Rock in Rio, para cancelamento, adiamento e interrupção de shows e eventos pode ser requisitada por uma variedade de motivos que fogem ao controle do segurado, segundo Juliana Santos, responsável pela área de entretenimento da companhia que atua em 54 países.

Ela explica que se trata de uma apólice do tipo "all risks", que só exclui situações predefinidas, como quebra de contrato e greve dos próprios funcionários. Juliana ressalta que a proteção pode abranger apenas as despesas do evento (locação de espaço, logística, alimentação, produção, entre outras) ou cobrir toda a receita, incluindo o lucro.

O aumento do número de shows internacionais no Brasil (este ano serão cerca de 25) contribuiu para o desenvolvimento de um segmento específico de seguros, o de grandes eventos, que na verdade agrega coberturas já existentes, em especial a de responsabilidade civil, porém num grau elevado de complexidade, tanto para a contratação, quanto para o atendimento de sinistros. Por enquanto, apenas cinco grandes companhias, todas internacionais, disputam esse mercado (Chubb, HDI Global, Allianz, BB Mapfre e Barclays), que demanda grande capacidade técnica e de capital.

Segundo Tulio Carvalho, superintendente executivo de massificados da BB Mapfre, a companhia vem há três anos segurando os maiores shows promovidos no país e hoje detém 70% deles, além de acompanhar produtores nacionais em eventos pela América Latina. Este ano a companhia é a seguradora do São Paulo Trip, além de outros 15 grandes shows internacionais em vários Estados, para os quais oferece cerca de 20 diferentes coberturas, incluindo todo o investimento, o cachê dos artistas e o cancelamento de bilheteria, em caso de crime cibernético, por exemplo.

No Brasil desde 2013, a HDI Global SE, que atua em 130 países, começou a segurar eventos há três anos. Desde então esteve, por exemplo, com a Fórmula 1 em São Paulo e este ano é a seguradora do show de Paul McCartney, que acontece em outubro em quatro capitais (São Paulo, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre).

A tendência no segmento, diz Márcio Guerrero, superintendente da companhia no Brasil, é o "taylor made". O diferencial pode ser uma ou outra cobertura adicional - a companhia oferece, por exemplo, uma específica para questões ambientais, como poluição. "Na HDI Global, o valor agregado é a disposição de entender e negociar o risco."

Os seguros para eventos, avalia o executivo da HDI Global, começaram de fato a ser impulsionados pelas legislações municipais, que muitas vezes o caracterizam como obrigatório, algo que se intensificou após o incêndio na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), em 2013. A tragédia, inclusive, motivou a criação de um Projeto de Lei federal que prevê a obrigatoriedade, atualmente em tramitação no Congresso Nacional.

O potencial do mercado brasileiro de eventos, porém, é vasto e inclui muito mais do que shows e megashows, como diz Mário Jorge, diretor de negócios corporativos da Allianz: "Quando falamos de eventos menores, temos uma imensa possibilidade de atuação. Infelizmente, ainda não há uma cultura para contratação destas modalidades".

Jorge avalia que ocorrem todos os anos no país mais de 600 mil eventos seguráveis, de médio e pequeno portes, aos quais acorrem mais de 202 milhões de pessoas, a maior parte nas regiões Sudeste (52%) e Nordeste (20%). Segundo o executivo, apenas 12,4% dos proprietários dos espaços exigem que seus clientes contratem algum tipo de seguro. Já entre estes, somente 32,4% contratam o seguro total do evento e 34,1% não contratam nenhum tipo de seguro. Os demais 33,4% contratam coberturas para as equipes de trabalho e equipamentos.

Alvaro Igrejas, diretor de linhas financeiras da Willis Towers Watson, empresa global líder em consultoria e corretagem com atuação no Brasil e outros 140 países, lembra que o seguro de eventos no Brasil remonta ao Rio de Janeiro - da consolidação dos desfiles das escolas de samba cariocas, ao Reveillón em Copacabana e ao Rock in Rio, cuja primeira edição data de 1985. Ele credita impulso inicial ao desenvolvimento do mercado também ao Código de Defesa do Consumidor, em vigor desde 1990. "É um contrato", diz ele, enfatizando a importância do fator complexidade nas coberturas de eventos: "Promotores quebram se não contratarem o seguro adequado".

Um comentário:

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