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Intermédica é vendida à Bain Capital

Fonte Valor Econômico

Por Beth Koike | São Paulo

Após receber inúmeras ofertas nos últimos cinco anos, a Intermédica foi 100% vendida para a gestora americana de private equity Bain Capital por cerca de R$ 2 bilhões, segundo fontes do setor.

O fundador da Intermédica, o médico Paulo Barbanti, deixa a operadora de planos de saúde, uma das maiores do país com 4 milhões de usuários. Em 2012, a operadora fechou com receita de R$ 1,8 bilhão, um aumento de 6,4%. Já o lucro líquido teve queda de 9%, para R$ 50,6 milhões. Além da Intermédica, o grupo conta com uma seguradora, a Notre Dame, voltada ao público de alta renda, e uma operadora de planos dentais.

As negociações começaram em agosto do ano passado e três fundos americanos participaram da reta final do processo: o Texas Pacific Group (TPG), o KKR e a Bain Capital, que fechou a transação no sábado. É o segundo investimento da Bain Capital no Brasil. O primeiro foi a empresa de telemarketing Atento.

O TPG disputou palmo a palmo a operadora de planos de saúde com a Bain Capital. Em 2012, o TPG já havia feito uma proposta com valor semelhante, mas na última hora Barbanti desistiu de vender sua empresa.

A Intermédica era um dos ativos do setor de saúde mais cobiçados pelo mercado. Além dos fundos, o empresário Edson Bueno, fundador da Amil, também chegou a fazer propostas que foram rejeitadas. Barbanti dizia que não tinha interesse em vender sua operadora para concorrentes e se um dia vendesse seria para um fundo de investimento estrangeiro.

A Intermédica sempre gerou grande interesse porque é uma empresa sem dívida. Barbanti sempre teve aversão à empréstimos bancários e controlou à rédeas curtas os custos da operadora. Além disso, tem uma ampla rede própria de clínicas e hospitais que ajudam a manter custos. A operadora, fundada em 1968, foi uma das pioneiras em trabalhar com uma rede verticalizada.

Em 2011, Barbanti chegou a anunciar que planejava abrir o capital da Intermédica, mas poucos meses depois desistiu. Também contratou Glauco Abdalla, sócio da Galeazzi, para reestruturar e modernizar a empresa, mas o executivo permaneceu na casa apenas três a quatro meses.

O motivo de sua saída e de outros executivos, normalmente contratados por quantias elevadas, foi o estilo centralizador de Barbanti e que para muitos interlocutores do setor de saúde nunca deixaria sua operadora.

Porém, do ano passado para cá, Barbanti estava menos presente na companhia, tirando férias e viajando para fora do país, atitudes raras do médico, o que para alguns já era uma sinalização de que ele venderia a empresa.

O setor de fusões e aquisições na área de saúde passou por fases de negociações mais intensas envolvendo grandes companhias líderes desse mercado. Esse é um movimento que reflete a necessidade de as companhias gerarem escala por meio da criação de uma base de usuários maior.

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